O dia que o porco usou chapéu...
Ninguém era mais
manjado pelos fiscais da divisa de Minas com São Paulo,
depois de Jacutinga, que o saudoso João Emborná, pois
ali era seu caminho quando trazia de Campinas aquelas
águas que os passarinhos não bebem,
para com a venda das mesmas custear seus estudos em
Alfenas.
Certa feita não trabalhava, apenas farreava, vindo com
três amigos de uma festa em Moji Mirim, onde haviam sido
agraci-ados com um porcão de seis arrobas num jogo de
bingo.
Jogaram um paletó nas costas e um chapéu na cabeça do
porco velho que sentado entre os dois passageiros do
banco de trás do fusca, vinha quietinho e de vez em
quando até roncava.
Ao chegarem ao posto fiscal, o chefe da fiscalização
pediu atenção redobrada aos seus subordinados para o
fusca do Borná que por alí já era tão conhecido.
Mandaram abrir o capô onde não havia mais que o pneu de
estepe, uma mangueira de roubar gasolina e poucas
ferramentas. Ao bater a lanterna no chiqueirinho onde
também não havia nada, um dos fiscais foi iluminando o
banco traseiro do carro até dar com o foco da lanterna
bem na cara do inusitado passageiro.
Apagou a lanterna e liberou nossos amigos para seguirem
viagem.
Dirigindo-se ao colega de fiscalisação exclamou: "Nossa
que homem feio, parece até um porco".
Autoria
Gilson de Barros (mais conhecido como Gilson Baiano)
São José do Rio Preto/SP / Pouso Alegre-MG
www.guiadepousoalegre.com.br
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