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José Bento Leite Ferreira de Mello
Padre,
político e administrador.
José Bento nasceu em Campanha em 1785. Viveu aí
até 1807. A seguir, foi para São Paulo, onde fez os estudos
teológicos e foi ordenado sacerdote em 1809. Conseguiu que o bispo
de São Paulo, D. Mateus, elevasse o povoado e arraial do Mandu
(atual Pouso Alegre) a freguesia em 1810. Conseguiu sua indicação
para vigário da freguesia no mesmo ano, ocupando o cargo em 1811. Na
época a região do sul de Minas pertencia à capitania de Minas Gerais
em termos jurídicos e ao bispado de São Paulo em termos religiosos.
A partir de então a sua vida religiosa se
mistura com a política. Constantemente faz o périplo Pouso Alegre,
Campanha, Ouro Preto,
Rio de Janeiro e São Paulo. Faz contatos, estabelece amizades, ligações
políticas, tece a teia que liga os interesses econômicos e políticos
no sul de Minas, dos quais se sente maior representante, aos de
outras localidades, cujo epicentro se encontra na Corte.
Sacerdote, virou político e ocupou cargos no legislativo do país.
Foi vereador por mais de um período na câmara municipal de Campanha.
Em 1821 foi eleito membro do colégio eleitoral de Minas Gerais que
elegeu os seus representantes à Corte de Lisboa, pouco depois da
Revolução do Porto.
A seguir foi eleito para ocupar um lugar na Primeira Junta
Administra-tiva da província, no momento em que iniciava o processo
de ruptura do Brasil com Portugal. Pouco depois foi eleito, em 1826,
deputado à Assembléia Geral do Império, a primeira legislatura que o
Brasil teve. Daí para frente o seu trabalho político suplantou o de
sacerdote. Foi reeleito para a segunda legislatura iniciada em 1830
e,
por fim, indicado em lista tríplice para concorrer a uma vaga no
senado, disputando a indicação com Bernardo Pereira de Vasconcelos e
José Inácio de Souza e Melo. Foi o escolhido e tornou-se senador em
1834, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida em oito de fevereiro
de 1844, assassinado em Pouso Alegre, quando se dirigia à sua
fazenda, num complô que envolveu seus inimigos pessoais e políticos
que moravam
no lugar.
O padre José Bento, senador José Bento, como ficou conhecido, foi a
mais importante figura política do sul de Minas até a sua morte.
Apesar da sua ação política intensa fora da vila de Pouso Alegre,
que o obrigava a passar muito tempo fora, a sua ligação com o meio
social e político da região nunca foi olvidada. José Bento foi o
criador do Parti-do Liberal em Pouso Alegre. Atuou também na
imprensa com dois jornais: O Pregoeiro Constitucional e O
Recopilador Mineiro. Através deles difundiu o ideário liberal na sua
versão moderada, opôs-se ao autoritarismo de D. Pedro I, apoiou e
integrou o grupo dos moderados que chegou ao poder em abril de 1831
e lutou pela instauração da or-dem social e política. José Bento
fundou em Pouso Alegre a Sociedade Defensora, em três de maio de
1831.
A sua projeção nacional o tornou amigo de políticos importantes que
figuravam no grupo que tomou o poder com a abdicação de D. Pedro I
em 1831. Assim, aproximou-se de Evaristo da Veiga, Limpo de Abreu,
o Visconde de Abaeté, e do Pe. Feijó. Frequentava sua casa em Itu.
Foi um entusiasta da sua elevação ao ministério da justiça em 1831
e ao cargo de regente único em 1835.
José Bento, presente em todos esses momentos é a melhor
personificação do articulador da síntese de interesses econômicos e
políticos sentidos e acalentados pela elite política, agrária e
comercial da Corte e por toda a sociedade sul mineira. Seguramente
era uma figura de grande projeção.
Autor - Isaias Pascoal
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José Bento Leite Ferreira de Mello
Nasceu em 6 de janeiro de 1785, na
cidade, então vila de campanha,
e faleceu barbaramente assassinado, em 8 de fevereiro de 1844, quan-
do regressava à sua fazenda, cerca de dois kilômetros da cidade.
Sobre este mineiro, escreve Xavier da
Veiga: " Desde os prodromos
do movimento nacional para a Independência, revelou suas idéias
adi-antadas, trabalhando ativamente pelo seu triunfo , o que lhe foi
abrindo as portas das posições políticas. Foi eleito em 21 de
setembro de 1821, membro da primeira junta do Governo Provisório em
Minas e, depois, deputado à Assembléia Geral nas três primeiras
legislaturas e senador
do império em 8 de Agosto de 1834. No ano precedente, e pela manhã de 23
de Março, tendo sido na véspera à noite deposto em Ouro Preto
o governo legal por uma sedição militar, o vice-presidente da
provincia
e o padre José Bento, membro do Conselho do Governo, foram presos
e levados para fora da cidade por uma escolta de revoltosos, sendo
solto em Queluz pelo povo da localidade, onde aquela sedição não
tivera eco.
Anteriormente ( 7 de Setembro de 1830
) Senador José Bento funda-
ra uma tipografia em Pouso Alegre, então um simples arraial, aí
publi-cando o Pregoeiro Contitucional, primeiro jornal periódico que
apare-ceu no Sul de Minas, e depois o Recopilador Mineiro, em ambos
defen-dendo com energia e dedicação os princípios liberais.
Sua atitude na revolução parlamentar
da maioridade foi das mais salientes. Sendo um dos seis senadores
signatários do projeto para a-
quele fim apresentado em 13 de Maio de 1840, foi ele quem , em 22 de
Julho do mesmo ano, com a veemência de suas enérgicas convicções,
falou ao povo de uma das janelas do senado, concitando-o para a vitó-
ria da medida anti-constitucional que seu patriotismo considerava no
entanto salvadora da nação.
Homem de vontade forte, inteligente,
ativíssimo, partidista extremado, não fugia à responsabilidade de
sua posição, leal e franca em quaisquer circunstância. Si
possuisse instrução menos limitada, desenvolvendo proporcionalmente
sua incontestáveis aptidões administrativas e paralamentares,
ter-se-ia engrandecido muito no cenário político de seu tempo. Ainda
assim , o nome do senador José Bento Ferreira de Mello figura de
modo notável nos anaes brasileiros, especialmente da década que se
conta de 1834 até o dia de seu trágico passamento".
Senador José
Bento
I
Dr. Lisboa
I
Adalberto Ferraz
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